sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Haverá esperança neste País?


Esta é uma pergunta que me faço constantemente. Por um lado é o aumento diário do preço do petróleo que gera um acréscimo galopante em todos os outros bens, sendo interessante de constatar que muitas vezes a percentagem do aumento dos bens essenciais é superior à dos bens luxuosos. Por outro, o nosso governo tem aplicado medidas enormes de austeridade, reduzindo salários, cortando subsídios e aumentando impostos de ano para ano. Constata-se então que estas políticas tem em comum a invariabilidade de afectar a classe média, fazendo com que esta classe se torne hoje em dia, numa classe em vias de extinção, é irónico que em Abril de 74 se lutou fervorosamente para a beneficiar e hoje cada vez mais a desrespeitamos, como os próprios valores de Abril.
Será que não existe melhor forma de fazer política neste País, para se alcançar o objectivo desejado? Claro que existe, apenas não iria agradar a todos, aos poderosos não lhes iria agradar a possibilidade de ter de deixar de comprar fatos ou jóias na Fifth Avenue em NY, fazer viagens para estâncias de ski luxuosas na Suiça, …,
Na minha opinião para se chegar ao objectivo devia-se tomar medidas do género: O ordenado mínimo devia subir consideravelmente para os patamares praticados nos nossos Países vizinhos, para não perdermos cada vez mais o poder económico em relação a eles; Maior facilidade na obtenção do crédito, porque por incrível que pareça neste País os bancos todos os anos apresentam lucros atrás de lucros, mas para um simples cidadão cada vez é mais difícil obter um empréstimo para abrir uma empresa; Um maior incentivo as PME´S porque na minha opinião esta medida, iria fazer com que Portugal tivesse um maior crescimento económico e iria criar mais postos de trabalho com o passar do tempo, aumentando o seu PIB de forma sustentável e reduzindo o desemprego, podendo ai ir gradualmente reduzindo as medidas de austeridade e por sua vez estabilizar a economia, mas o governo Português é mais a favor de aplicar os seus fundos em obras extravagantes como uma 3ºtravessia do Tejo ou a construção de uma linha férrea para o TGV.
Mas devido a crise que esta instaurada no nosso País e em grande parte da Europa, neste momento e quase utópico pensar que estas medidas possam entrar em vigor, mas o que pensaria Che Guevara, Martin Luther King, Salvador Allende, entre outros, quando puseram em pratica as suas ideias?
Resta-me apenas dizer que para se começar a por em pratica medidas mais correctas para o nosso País será necessário eleger pessoas mais dignas, com espírito proactivo e sobretudo que dêem mais importância ao ser humano que propriamente ao capitalismo selvagem (€), que este mundo esta constantemente a sofrer.
Enfim, com todos estas circunstâncias a esperança é coisa que não predomine muito na mente dos portugueses em geral, mas lembrem-se "O mal das pessoas que não gostam de política ou não se interessam é que são governadas pelas que gostam”.

1 comentário:

  1. "A esperança é o único bem comum a todos os seres humanos;
    aqueles que nada mais têm ainda a possuem."
    Tales de Mileto

    Começo este comentário com a citação em cima em resposta à pergunta inicial colocada. De facto, quando a esperança acabar deixará de existir o conceito sociedade, o homem como ser social deixa da fazer sentido, muito embora exista pelo mundo fora, sucessivas desilusões por parte de pessoas conscientes em relação à degradação dos valores na nossa sociedade (falo destes valores, pois são mais universais, e não só de Portugal especificamente).
    Noto que neste documento, referes algumas das fraquezas das politicas económicas neoliberais, nomeadamente na quando expressas o desejo do nosso país eleger pessoas que dêem mais importância ao ser humano que propriamente ao capitalismo selvagem. No entanto, podias/devias ter ido um pouco mais longe
    De forma global falas-te sobretudo de aspectos macroeconómicos e , um pouco menos, de aspectos micro-económicos. Mas no essencial focaste apenas em economia, ou se quiseres, em políticas económicas. Na verdade, é muito pouco fazer um diagnóstico e por sua vez, ter uma ideia mais clarificadora do que é necessário ao nosso povo/sociedade.
    Mas mesmo em relação às politicas económicas vejo que escreves sobre inflação, poder económico, aumento do PIB...etc, mas gostaria que fizesses uma análise sobre esses efeitos na qualidade de vida na população. Isto porque, para mim, não é nada óbvio que alguns dos indicadores económicos correspondam a uma estrita correlação com a qualidade de vida. Não digo que não exista, mas acho que é preciso fazer sempre uma análise mais profunda para tirar conclusões.
    A principal carência deste documento é, na minha opinião,abordar a educação que parece a meu ver, ser o principal impulsionador de uma sociedade melhor, isto é, mais justa e feliz! Esta ideia advém do facto, de pensar que as medidas económicas que mencionaste refere a apenas a uma fase conjectural. Ora, Portugal, tal como o mundo em que vivemos precisa de reformas um pouco mais estruturantes e aí a educação deverá ter um papel fundamental na criação de uma nova sociedade, de um novo ciclo!
    Estas são as principais críticas que aponto ao teu documento.
    Contudo, congratulo a tua iniciativa, é necessário haver pessoas que discutam os problemas do país, e nos dêem uma perspectiva a fim de melhorar o estado dos acontecimentos.

    Por último, refiro que apenas apontei algumas ideias que talvez fossem melhorar a qualidade de uma análise um pouco mais profunda, sem a preocupação de propor, algo de mais concreto.

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